segunda-feira, 8 de junho de 2015

SOMOS TODOS CRUCIFICADOS

É um absurdo saber que o povo da comunidade LGBT usou da simbologia sacra para chamar a atenção no dia de ontem. Nós não precisamos disso, temos brilho próprio e não devemos nos igualar aos opressores meus amores.

Falando sério:
Marco Feliciano e um montão de gente hoje resolveram expor seu ponto de vista sobre os gays que usaram da imagem sacra para “divertir-se” ou protestar contra a opressão religiosa que visa converter aqueles que vão contra a palavra o “pai”. Feliciano e outros se sentiram denegridos, ofendidos com tal ação porque ela fere os dogmas dos cristãos. Usar cruzes ou até mesmo representar uma figura lembre o Cristo morto é algo inaceitável. Para alguns violar a crença alheia é algo tão terrível quanto matar alguém a sangue frio.

PARADA GAY 2015 SÃO PAULO - BRASIL 
Nossa sociedade possui uma gama de valores trocados e entre eles está a super valorização da religião e a desvalorização do ser humano. Realizar campanhas para boicotar empresas que apoiam causas sociais ligadas à comunidade LBGT pode, mas não pode tocar na igreja porque a igreja é sagrada. Me questiono se a vida humana também não é sagrada e merece tal respeito.

Somos crucificados todos os dias. Olham-nos da cabeça aos pés como se fossemos doentes ou “pessoas granadas” que estão a ponto de explodir a sua purpurina a qualquer momento e contaminar a todos com a sua doença ou como já chamaram no passado com seu homossexualismo. Somos julgados por ter a liberdade de amar quem quisermos. Somos chicoteados porque para alguns como Silas Maláfia somos aqueles que corrompem as criancinhas e incentivamos a pedofilia e prostituição, destruímos famílias. Somos crucificados todos os dias por coisas bem pequenas e que na maioria das vezes nem mesmo existem. Julgam-nos, nos tratam feito lixo, nos excluem da sociedade. Eles pregam amor, pregam caridade, mas não praticam suas pregações e se você for contra será ameaçado com a tão famosa “justiça divina” que só beneficia gente de coração negro pelo que eu percebo.

Essa indignação que os cristãos estão sentindo hoje é a mesma que muitos iguais a mim sentem todos os dias ao ver na televisão ou ler em algum lugar comentários homofóbicos que colocam-nos como os piores marginais da sociedade como se nossa condição sexual fosse uma escolha.

Em fim, acho que eles usaram da ARTE para lembrar que todos temos um umbigo e que não podemos ficar olhando apenas pro nosso.


Por Patric Rodrigues 

quarta-feira, 3 de junho de 2015

Deus não é representado por alguns evangélicos!

Imagina que louco se a família tradicional brasileira cristã se importasse mais com políticas democráticas ou com os problemas que são gerados pela “máfia da fé”* ao se importarem tanto com o c* alheio? O mundo seria um lugar melhor não é mesmo.

Deus não tem culpa pela mentalidade arcaica de pessoas tais como Silas Malafaia que promoveu uma campanha na internet para boicotar uma propaganda publicitária por conta de simples abraços entre pessoas do mesmo sexo, ou muito menos pelo pensamento mesquinho de Feliciano que se preocupa mais com a sua vaidade e mania de perseguição aos gays do que com a sua conduta de bom cristão que deveria ser cuidar da própria salvação e não da do coleguinha. Deus não tem culpa por Joelmas, Claúdias, Jaires e outros. Na verdade se ele existir em algum canto da galáxia deve ser envergonhar porque alguém errou nas transcrições e releituras de suas palavras durante do decorrer do tempo porque o que se entende hoje em dia não é mais “amai ao próximo como a ti mesmo”, mas sim - vamos oprimir os “viados” porque o pai só ama os héteros.


Em fim, o choro é livre. Comprem Boticário e Avon que retirou livros de homofóbicos das suas vendas e usem bastante o Facebook cujo o dono e idealizador é um dos grandes patrocinadores de campanhas de inclusão LGBT na sociedade. 
Beijo no coração e seja feliz cultivando a felicidade do vizinho 
Emoticon heart

Por Patric Rodrigues 

*Máfia da fé são pastores que vendem bênçãos em igrejas, prometem mundos e fundos as “ovelhas” em troca de dízimos gordos ou presentes. Existe muita gente disposta a pagar por milagres e muita gente vendendo estes (mesmo que de mentirinha).

quarta-feira, 27 de maio de 2015

Apenas uma reflexão.

Eu não tenho preconceito com os cristãos, pelo contrário tenho até amigos que são.  Por mim eles podem até casar e se reproduzir. Eu os amo.  Acho muito fofa a relação homem e deus. Essa cumplicidade em fazer que todo mundo sem exceções seja obrigado a andar “na linha” seguindo um livro que foi escrito a milhares de anos, alias o mundo evoluiu, não se tem mais lamparinas a base de querosene, não nos vestimos com tecidos artesanais ou matamos os animais no quintal para servir de alimento, mas algo que não evolui é a liberdade de ser oque quiser caso contrario a ira do senhor pode cair sobre o pseudo pecador.


É lindo ver aquele povo indo todo domingo na igreja, louvando e adorando, mas que quando vê a irmã com uma roupa diferente ou fora dos padrões ao invés de orar para pedir bênçãos pra si prefere chamar outra irmã e dialogar sobre a vida da quase meretriz que se rebelou e deixou os “bons costumes” de lado e caiu na vaidade, mas também tem aqueles que amam os animais igual ao pastor e o filho que arrastam um cão até a morte no Maranhão. Aqueles que fazem milagres através do abuso sexual prometendo curas mirabolantes ou cantores do ramo gospel que processam igrejas por insatisfação ao receber o cache (Não acredita? Basta jogar no Google).


Ai daquele que se levantar conta um servo do senhor. Quem nunca ouviu essa frase?  Pois bem, se alguém é contra a lavagem cerebral que é feita dentro de alguns templos ou está possuído pelo capiroto ou está possuído pelo capiroto. Porém quando um Feliciano da vida resolve levantar a bandeira da “moral” disseminando sobre a Republica o preconceito e ódio contra seus semelhantes  é a coisa mais normal do mundo porque ele segue os princípios bíblicos.


Deus não tem culpa de alguns usarem o nome dele para maquiar o preconceito pessoal.  Se Ele realmente existisse acredito eu que não seria o castigador, o recriminador, o separatista e sim aquele que recebe de braços abertos todos os que o procuram sem distinções. Afinal não dizem que ele é o pai de todos assim como Odin pai de Thor?



Em fim o povo cristão é muito bom. São todos moralmente íntegros e estão acima dos demais e se você os questionar levará um sermão todo conceituado na “palavra” com citações e tudo mais para justificar o porque você não pode isso ou aquilo. A única coisa que pode e que não deve estar escrito em lugar algum é cuidar da vida alheia principalmente do corpo para que ninguém dê o c*porque o deus deles não curti veados e sapatão.


Patric Rodrigues 

quinta-feira, 13 de novembro de 2014

Agredido por ser gay, jovem vira simbolo na luta contra homofobia



Agredido dentro da universidade, com o olho roxo e o rosto inchado, jovem gay decidiu não se esconder: publicou nas redes sociais um desabafo, escrevendo diretamente para o agressor
Jovem gay manda recado para agressor através das redes sociais e vira símbolo de luta contra a homofobia (Imagem: Twitter/Pragmatismo Político)

Na noite da última sexta-feira, o estudante da Universidade de Ohio, Cole Ledford, passeava com o namorado, Jerad Williams, pelo campus da instituição. Por volta de 23h30 da noite, após o casal ter se beijado, um estranho se aproximou e agrediu Cole. O resultado foi um olho roxo e o rosto inchado. Decidido a não se esconder, Cole usou o Twitter para fazer um desabafo, escrevendo diretamente ao agressor.
“Sinto muito que você me chamou de bicha. Sinto muito que você me bateu sem motivo. Lamento que quaisquer inseguranças que você tenha não permita que você aceite os outros pelo que são. Me desculpe por te ameaçar. Eu não sinto muito por ser gay. Tenho orgulho de ser dessa maneira. Eu tenho orgulho de ser confiante o suficiente para amar quem eu amo e quem me ama. Tenho orgulho de ter amigos e familiares que me amam. Honestamente, eu não me arrependo”.
Em poucos minutos, o texto se tornou viral e já conta com mais de 67 mil curtidas e 34 mil retuítes. Após a repercussão do caso, Cole declarou apoio à campanha “Love Is Louder” — algo como “O amor é maior” — idealizada pela Fundação Jed e pelo canal MTV. A história também rendeu a Cole milhares de novos amigos. Seu Twitter conta atualmente com mais de 12 mil seguidores e, além da imprensa, muitos usuários das redes sociais manifestaram apoio ao jovem. “Do fundo do meu coração, obrigado por me mostrarem, e para o resto do mundo, que o amor é maior que o ódio”, escreveu Cole ao compartilhar uma foto ao lado do namorado.
“Eu ainda estou com um olho roxo e o inchaço melhorou. Mas emocionalmente, eu não poderia estar melhor com todo esse apoio. Fiz uma denúncia por crime de ódio e preconceito. Nunca tinha vivido nada parecido antes e achei que uma agressão dessas nunca aconteceria comigo”, declarou o jovem ao site “BuzzFeed”.
“Nenhum de nós esperava uma resposta como esta. Meu namorado está disposto a ficar ao meu lado e tornar-se um ativista LGBT atuante também. Ele me deixa orgulhoso. Obrigado a todos que nos apoiaram e pelo o impacto que estão me deixando ter no mundo. Estou ansioso para tornar esta coisa negativa que aconteceu comigo em trabalho dentro da comunidade LGBT. Sinto-me humilde e ansioso novas maneiras de me envolver com isso”.
Original de: Pragmatismo político 

quinta-feira, 9 de outubro de 2014

NADA É MAIS TRISTE QUE UM GAY DE DIREITA…

Nada é mais triste do que um gay de direita, que escolhe passar a vida em um armário de cristal por julgá-lo à prova de lâmpadadas balas. Em uma ânsia por inclusão, compromete tudo. É “discreto e fora do meio”, não em um exercício de liberdade individual, mas em um delírio de aceitação pela invisibilidade. Clama por “direitos humanos para humanos direitos”, e ainda ousa gritar que bichas e viados merecem os castigos que recebem por “não se darem ao respeito”. É isso que significa ser “direito”? Que vergonha…
Apanhou pouco, viado? Porque se nunca apanhou, pelo menos já foi chamado de VIADO, assim bem grande, por “dar pinta” ou para aprender o que NÃO ser. Eu sei que dói, mas reproduzir isso não é a solução. Somos todos viados e sempre seremos, porque a validação heterossexual precisa dessa oposição. A “norma”, a “moral, o “certo” e a “família” precisam de demônios a combater. É por isso que somos transformados em “pedófilos degenerados” e “guerrilheiros comunistas prontos para o golpe”. É preciso instalar medo porque ele cega, emburrece.
Mas o gay de direita não é  burro, é triste. É o oprimido tirando onda de opressor. Chega a dar pena. A esquerda investe na utopia, e trata o governo como o filho malcriado que adora brigar, mas morre de medo quando o pai fica doente.  Agora o medo está mais concreto, mas pelo menos isso servirá para que os sonhos fiquem um pouco mais realistas. Aos gays de direita, só resta o medo mesmo.
Esse medo é o da perda de privilégios e do fim do sistema. É o medo de que sejamos vistos como uma coisa só, sob a ótica negativa de um estereótipo explorado à exaustão, baseado em preconceitos machistas e na obsessão pelo patrulhamento sexual. São medos inúteis, já que qualquer privilégio se perdeu com o primeiro homem. Um gay de direita pode ser todo mauricinho, branquinho, limpinho, monogâmico, o caralho: porém, querendo ou não, é a “vergonha da família” por gostar de outro macho. O mimimi é livre.
O movimento gay é underground. Não importa quanto o sistema capitalista nos inclua, antevendo os lucros fabulosos do Pink Money. Seguimos e seguiremos marginais. Casamento, filhos, impostos, igrejas inclusivas… Tudo isso está ao alcance do gay que puder pagar e principalmente se manter “na linha” para gozar dessas benesses, mas o riso de escárnio de quem é “normal” virá sempre de brinde.
Ah, estou sendo intolerante com os pobres rapazes machinhos que só desejam seguir suas vidas sem nunca serem igualados a uma travesti? De forma alguma! Acho lindo que sejamos livres para escolher um caminho. O que me entristece profundamente é que muitos se escondam em “forminhas sociais”, criando máscaras de respeitabilidade para atirar os outros à fogueira. Será possível que milhares de mortes, ataques, xingamentos e dificuldades que sofremos não significam nada? Isso tudo realmente lhes parece justo e merecido porque, sei lá, um garoto resolveu andar de salto ou usar uma calça mais justa?
Está na hora da comunidade LGBT – dentro e fora do armário – abandonar o complexo de inferioridade e se articular politicamente. A obsessão por não parecer gay está nos separando e custando inúmeras vidas. Nenhuma urna vai te chamar de viado, mas muitos candidatos eleitos no último domingo irão. Eles nos usarão como bala de canhão e cortina de fumaça, citando a “destruição da família tradicional”, para esconder crimes e paralisar demandas sérias. Essa é a cara da direita, sem capacidade de empatia, pronta a se colocar acima do bem e do mal, em atitude “cristã” de apontar qual ser humano é melhor ou pior.
Enquanto isso, vamos morrendo…
Nada é mais triste que um gay de Direita, que só serve para dar voz aos seus algozes. Seria lindo se pudéssemos escapar eternamente em compras, boates e aplicativos caça-homem, não fosse a ameaça constante da homofobia. Não dá para correr. Precisamos nos unir e tomar rumo, já que mais uma vez o conservadorismo – que é tendência mundial e não uma exclusividade gay, admito – se fortalece.
A Direita é contra a liberdade e por isso nos despreza. Ser gay é uma oportunidade de ser diferente, de personificar a riqueza da diversidade humana – inclusive suas contradições – e isso é maravilhoso, mas o direito de se odiar é muito deprimente. É válido, claro. Entretanto,  é triste, muito triste


Disponível em: Os entendidos

Por que gays incomodam tanto?


Por que os gays são rotineiramente agredidos?
Por que viraram alvo do debate político, Judas da nova era?
Por que tantos se interessam em reprimir os desejos de um e se preocupam com o que ele faz com o corpo?
Por que tantos debateram se estão certas a união, a felicidade ou o amor entre pessoas do mesmo sexo?
Em Quanto Mais Quente Melhor, de 1959, o personagem vestido de mulher de Tony Curtis  pergunta: “Por que um cara se casaria com outro?”
“Por segurança”, responde o de Jack Lemmon.
Vito Russo, cinéfilo ativista da Gay Activists Alliance, a primeira organização a defender os direitos dos homossexuais, na época em que iam presos, organizava concorridas sessões de cinema em Nova York.
Mostrava como a indústria estereotipava e driblava a censura para narrar nas entrelinhas de filmes “noir” dramas homossexuais.
No livro The Celluloid Closed, ele prova que até os anos 1930 a sociedade convivia com os homossexuais do cinema. Um filme experimental de Thomas Edison, de 1895, mostra dois homens dançando, enquanto um terceiro toca violino. Em clássicos do cinema mudo, como Algie, the Miner (1912), A Florida Enchantment(1914), The Soilers (1923), homens dançam com homens, mulheres dançam com mulheres, trocam beijos, carinhos, o homossexual é retratado bem ou mal, mas é. Para alguns, era um clichê, que denegria a classe. Para outros, a visibilidade era fundamental para a afirmação gay.
Marlene Dietrich canta de fraque e cartola no filme Morocco (1936) e é aplaudida num night club ao beijar outra mulher.
Até em Chaplin, em Behind The Screen (1916), a homossexualidade é retratada: um homem beija uma mulher vestida de homem.
No filme Call Her Savage (1932), pela primeira vez um bar gay serve de cenário.
Veio Will Hays, que tentou uma fracassada carreira política, se tornou presidente da associação de produtores e distribuidores de cinema, Motion Picture Producers and Distributors of America, e lançou o Código do Produtor, que proibia o beijo de boca aberta, nu, “obscenidades”, que ganhou força em 1934, quando a Igreja Católica e fundamentalistas protestantes organizaram boicote aos filmes que não o seguissem.
A autocensura baixou em Hollywood. O censor contratado Joseph Breen reescreveu roteiros e o personagem gays. Há 80 anos. “Pessoas decentes não querem ver esse tipo de personagem”, dizia. Se te é estranho casais apaixonados em filmes antigos se beijarem de boca fechada, é resultado do poder do conhecido Código Hays.
Cenas lésbicas passavam se elas fossem retratadas como vilãs. Homossexuais, como assassinos e psicopatas.
Todos tinham um fim trágico. Muita culpa os aterrorizava.
Personagens gays de autores teatrais gays, como Tennenssee Williams, quando adaptados para o cinema, viravam alcoólatras atormentados.
Sutilmente, roteiristas e diretores desenvolveram personagens gays sem a censura perceber. Hitchcock os exibiu em Festim Diabólico e Psicose, Nicolas Ray, emJuventude Transviada.
O diretor William Wyler convenceu o roteirista Gore Vidal que Ben Hur era um drama gay numa Roma em que ser gay era comum.
“Só eu e o diretor sabíamos que se tratava de um amor gay. Se Charlton Heston soubesse, sairia do filme”, contou Vidal no documentário baseado no livro de Vito e curiosamente produzido por Hugh Hefner, fundador da Playboy.
Por que o homossexualismo incomoda tanto?
Por que tem gente que acha uma patologia um homem gostar de outro, e propõe a cura em clínicas psicológicas, “de preferência, bem longe” (Levi Fidelix)?
Por que uma candidata à Presidência retirou do seu programa o apoio ao casamento gay, e outros se recusam a incluir homofobia na lista de crimes?
O personagem homossexual Barton Scully (Beau Bridges) da série Masters of Sex,diretor clínico de um hospital e casado com uma mulher, vai fazer tratamento para curar seu desejo por homens, que inclui eletrochoque, “o mais eficaz da época”.
A série, que se passa na virada dos anos 1950 para 1960, retrata o drama de um homem que não aceita a sua homossexualidade e vai buscar por conta própria um tratamento que Fidelix, se eleito, oferecerá à população.
Será que é porque o homossexualismo não se explica pelos pilares do pensamento ocidental- materialismo histórico, Freud, darwinismo social-, não é genético, não é doença, não tem cura, contesta a ciência, a religião, reafirma o livre desejo, a possibilidade múltipla de se criar uma família, de manter laços afetivos, eróticos, porque gays contam que desde menino sabem que são gays, será que porque, numa família de vários filhos, um pode ser gay, sem nenhuma explicação?
Nasceu assim, não está no DNA, não é resultado de traumas infantis, não é “culpa” dos pais, do ambiente, da escola, de rigor moral, ou liberdade em excesso, independe do credo, classe social, raça, cor, origem, ascendência, não existem mais gays num país que em outro, numa região temperada ou tropical, na praia ou na montanha, não é a origem italiana, ou francesa, não existem mais ou menos gays entre judeus, católicos, negros, mulatos, pardos, brancos, altos, baixos, morenos, loiros, magros, gordos, durante a lua cheia.
Talvez por não terem uma explicação empírica ou transcendental, eles incomodam a tantos, pois desqualificam verdades e colocam em cheque teorias das quais uma Nação precisa para seguir e ter um sentido de ordem, conjunto e progresso.
Só tenho que pedir desculpas à comunidade gay. E agradecer sempre a insistência da sua militância por direitos iguais aos diferentes.
Graças a ela, nós, deficientes, que, com gays, comunistas, ciganos e judeus, fomos exterminados em campos de concentração nazistas, obtivemos direitos na esteira da luta.
Obrigado pela luta contra a Aids, por nos terem alertado da contaminação de bancos de sangue, que matou meu amigo hemofílico Henfil, e exigido da comunidade científica um tratamento para a doença.
Obrigado Rimbaud, por propor uma nova poesia, Artaud, um novo teatro, Proust, um novo romance, Duchamp, questionar o papel da artista, ao se vestir de mulher, Andy Warhol, pela arte contemporânea.
Obrigado Billie Holiday, que gostava de ser chamada de “William”, Greta Garbo, Isadora Duncan, Josephine Baker, Janis, Orlando de Virginia Woolf, Adrienne Monnier, primeira editora de Ulysses, ao casal Gertrude Stein e Alice Toklas, Bishop e Lota, a Amelia Earhart, primeira mulher a atravessar o Atlântico.
Perdão pela intolerância que os(as) agride.

Fonte: Estadão /Autor: MARCELO RUBENS PAIVA

segunda-feira, 29 de setembro de 2014

"O aparelho excretor não reproduz"

Não é preciso ser gay para entender que todos nós temos direitos a constituir uma família seja ela de uma pessoa e um cachorro, de dois homens ou mulheres que se amam. Família não significa apenas o laço genético que uni pessoas, para ser uma família basta que exista amor, fidelidade, lealdade e companheirismo ao menos eu penso assim.

Ontem o presidenciável Levy Fidelix foi muito infeliz em sua colocação sobre a união homoafetiva no debate exibido pela Rede Record citando que "o aparelho excretor não reproduz", ou seja, para ele só é possível defender uma família composta para reproduzir-se caso contrário não existe família. Penso que os casais tradicionais (sic) que possuem uma limitação ou a impossibilidade de gerar filhos também tenham se ofendido porque a partir do momento em que não podem colocar uma criança no mundo não são considerados essa pseudo família que ele defende tanto, mas ainda possuem direitos de ser tratados como tal perante a lei.

É um pouco quanto complicado compreender a visão de uma pessoa que quer representar uma nação expor publicamente seu repudio aos semelhantes. Fidelix ainda ressalta que se houver um “incentivo” para que tenhamos direitos igualitários o Brasil deixará de crescer, ou seja, estamos aqui simplesmente para procriar (mente arcaica não?).

Levy não passa de mais um babaca que não compreende que há uma vasta diversidade além das suas paredes. Que o mundo não é resumido em coisa de homem e coisa de mulher ou rosa é de menina e azul é de menino. Não quero incentivar você a votar em #Luciana50 ou seja lá quem for, mas vamos abrir os olhos e evitar de jogar o voto fora em pessoas tais como esse senhor que nos recrimina e nos vê não como humanos e sim coisa. Gay também é gente.

domingo, 28 de setembro de 2014

“Faço parte da safra de pais que soube tratar com naturalidade a questão” Marcelo Tas sobre filho transexual

Marcelo Tas falou pela primeira vez sobre a relação com o filho transexual. Em entrevista à revista Crescer de outubro, o apresentador contou como foi ver Luiza se transformar em Luc, hoje com 25 anos, feliz e casado com outro transexual.

Na entrevista, Tas destaca que as preferências do filho nunca estiveram acima da relação dos dois.

— Uma novidade desse tamanho sempre é surpreendente. Antes de tudo, devemos admitir que independente da orientação — hetero, homo, trans, bi... — a sexualidade é um assunto que desafia e intriga os seres humanos desde que o mundo é mundo. Por outro lado, creio que eu faça parte talvez de uma primeira safra de pais que souberam acolher e tratar com mais naturalidade a questão de forma transparente.

Luc se assumiu bissexual aos 15 anos. Com 22, virou transexual. Hoje, mora nos Estados Unidos e trabalha como advogado. O jovem revela que nunca se sentiu desamparado em casa.

— Sou muito sortudo. A realidade é que minha família sempre me apoiou em tudo. Eu contei que era bi quando ainda era muito novo, e eles nem piscaram. Quanto a eu ser trans, acredito que foi um pouco mais difícil, tanto para mim quanto para eles. (...) Hoje em dia, eles sempre usam os pronomes certos para se referir a mim (ele/dele, etc.) e meu nome (Luc).

O tempo todo, pai e filho falam um do outro com admiração e respeito. Tas fala que o filho sempre foi muito decidido.

— Lembro que no casamento do meu irmão, Luc tinha uns 2 ou 3 anos e devia ser a “dama” de honra. Deu um escândalo tão grande porque não queria botar o vestido. Foi de fraldas até a cerimônia e só resolveu vestir a roupa já no altar. Acabou curtindo a experiência. Não estou dizendo que ali já pressentia uma questão de gênero, mas sim que via nele um ser bastante decidido sobre o que queria ou não fazer.

Tas também é pai de Miguel e Clarice, de 13 e 9 anos, frutos do casamento com a atriz Bel Kowarick. Segundo o apresentador, as crianças foram exemplares ao saberem da decisão do irmão.

— Miguel e Clarice nos deram uma aula de como conduzir o assunto. Para eles foi algo natural. Lembro que Bel e eu criamos uma atmosfera solene para comunicar o fato dentro de casa. Clarice na hora rebateu que ela sempre percebeu que o Luc não gostava de usar roupas femininas e que tinha certeza de que ele estava fazendo a coisa certa. E ela concluiu com uma tirada incrível: “E a gente só tem que fazer uma coisa, passar a chamar ela de ele. Só isso!”. Eu fico surpreso e até esperançoso de ver como as crianças nos ensinam a tratar assuntos aparentemente espinhosos e complicados de uma forma generosa e elevada.

O apresentador finaliza a entrevista destacando que os pais nunca devem perder o foco do relacionamento familiar.

— As questões de sexualidade e gênero são importantes. Mas não são mais importantes do que o amor incondicional que devemos manter na nossa família. Este sim é o assunto mais importante da nossa vida.

Fonte: R7

sexta-feira, 12 de setembro de 2014

OLX pra sentimentos? Onde tem?

Estava aqui analisando a minha vida sentimental e comparando com a de outros meninos, para mim é tão difícil sair de um relacionamento. Geralmente mergulho em poço de melancolias onde banho-me nas mais tristes águas. Talvez eu seja dramático de mais, ou um simples bobalhão que não sabe curtir a vida. Às vezes eu gostaria de ser como outros rapazes da minha idade que namoram um, dois, três, meses enjoam e partem pra outra como se o relacionamento anterior não tivesse existido, simplesmente deixam a vida seguir seu fluxo natural. 


Claro que sei que pessoas são pessoas e que existem diferentes formas de reagir a um rompimento, alguns são como eu, outros são mais livres de sentimentos, pois conseguem esquecer e desapegar facilmente. Confesso que tenho um pouquinho de inveja de gente que consegue fazer isso, deve ser tão mais fácil, imagine ver seu ex e não sentir absolutamente nada, nenhum friozinho na barriga, não deixar um sorriso bobo escapar no canto da boca ou até mesmo sentir raiva por ele não fazer mais parte do seu cotidiano.

Desapega, desapega OLX


Por que será que nos livros e filmes os romances são sempre lindos e com finais felizes não é mesmo? Tão mais fácil seria a vida da gente se existisse um OLX para vender ou doar frustrações com amores que não decolam rs e já dizia um velho sábio que não me recordo o nome que “somente o tempo cura as feridas que são deixadas no joelho de um garoto que cai”. No meu caso e no caso de alguns somente o tempo mesmo para nos fazer seguir em frente e quem sabe encontrar outra pessoa por quem vamos nos apaixonar e repetir o ciclo.

O amor foi feito para todos, mas nem todos aprenderam a amar ou amar-se. Realmente a vida é um incógnita e não sabemos o que encontraremos na próxima esquina. 

quinta-feira, 11 de setembro de 2014

Manifesto contra os talibãs gaudérios de Livramento

Santana do Livramento é uma bela cidade.
Gosto ainda mais dela por ser a minha cidade. As lembranças de infância dão aos lugares tonalidades especiais.
Guardo de Livramento a imagem de uma cidade cosmopolita, onde se fala português e espanhol, aberta às influência salutares de Porto Alegre, de Montevidéu e até de Buenos Aires. A necessidade, porém, de afirmar uma identidade contra marés e minuanos gelados, nestas décadas tristes de decadência do latifúndio, da pecuária extensiva e da cultura da lã, tem levado parte da cidade a cultuar um tradicionalismo retrógrado, preconceituoso e conservador.
O atentado contra o CTG Sentinela do Planalto, onde deveria se realizar nesta sexta-feira, 13 de setembro, um casamento coletivo, incluindo a união de duas mulheres, mancha a imagem da cidade. Os talibãs santanenses entraram em ação em defesa do atraso, da discriminação, da homofobia e da rejeição ao outro.
A aceitação da homossexualidade não é mais uma questão de tolerância, de generosidade ou de concessão. É um direito à diferença, à singularidade, à inclinação de cada um. O tradicionalismo gaúcho não tem o direito de defender princípios ou valorizar tradições que se oponham à lei a ao direito natural das pessoas. Se casamentos heterossexuais podem acontecer num CTG, por que casamentos homossexuais não poderiam? Boa parte dos credos comportamentais do tradicionalismo gaúcho está sentada nos pelegos do preconceito. É puro machismo.
O Rio Grande do Sul entrou no noticiário da mídia nacional nos últimos dias por razões lamentáveis: racismo e homofobia. A Revolução Farroupilha, homenageada a cada ano, traiu, no massacre de Porongos, os negros que por ela lutaram.
Talvez um dia apareça um historiador para descobrir documentos sobre a homossexualidade nos tempos da guerra dos farrapos. A homossexualidade existe desde sempre e em todos os lugares. Aos poucos, os talibãs gaudérios perderão o campinho que dominam e cercam com o arame farpado do conservadorismo e do tradicionalismo anacrônico. O atentado talibã contra o CTC de Santana do Livramento ficará no história com um dos últimos atos da intolerância disfarçada de preservação de sagrados ideias do passado. O MTG cumpre o papel do Estado Islâmico do Iraque e do Levante, movimento fundamentalista que tenta impor aos seus contemporâneos valores soterrados pelo tempo e pelas lutas contra a barbárie moralista.
Abaixo a burca gaudéria.
Abaixo a intolerância de bombacha.
Abaixo a Ku Klux Klan dos estádios de futebol.
Por um gauchismo pós-moderno, tolerante, aberto na estética musical e no comportamento, antirracista e anti-homofóbico.
Incêndio atingiu cerca de 40% de CTG que sediaria casamento gay

Fonte: Correio do povo / Autor : Juremir Machado da Silva