quarta-feira, 30 de julho de 2014

Gouinage: Sexo nem sempre é penetração.



“Ser gouine ou não ser?”. Esse foi o título de mega matéria da revista francesa Pref Mag sobre a mais nova tendência do sexo gay no país: o gouinage. Em tradução bem livre, gouine seria algo como gay “bolacha” (expressão já usada para designar lésbicas) , enquanto o gouinage seria o bolachismo. Explicando melhor, o gouinage é o sexo sem penetração, aquele que abarca variações de sexo oral e carícias. Ou seja, as preliminares é que tomam o papel do sexo em si.

Segundo Marc, barman de 31 anos e um dos entrevistados pela publicação, “a vantagem do gouinage é que você pode fazer com todos, sem levantar a questão do ativo ou passivo. Todos somos gouines, sem distinção”.

Marc relata que, apesar de sempre haver sido ativo, encontrou no gouinage o prazer ideal. “O gouinage é o que chamamos erroneamente de sexo preliminar, mas nós, praticantes, o encaramos como meio para se atingir o orgasmo, com uma sensualidade que não se resume a penetrar o outro sem nenhum respeito pelos seus sentidos. No gouinage, você pode realmente ser você. Já no sexo comum, o ativo é sempre um pouco dominador, um pouco covarde”, afirma o rapaz.

Marc conheceu a tendência de maneira casual enquanto caçava pela Internet. Ao marcar um encontro, o parceiro propôs que fizessem sexo desta forma. “Eu não conhecia o estilo, mas tinha um ar mais cool, com menos pressão e tensão. Nós passamos duas horas na cama durante o dia e nenhuma das minhas transas, até aquele momento, duraram assim tanto tempo. Tornei-me adepto e em meu cadastro online precisei: ´Gouinage ou nada`. Agora, não faço mais que isso”, confessa o barman.




Outro adepto da prática é o estudante de teatro Ben, de 19 anos. “Sempre vi minha sexualidade como algo sujo e a culpa sempre esteve presente. Eu tinha vergonha do sexo, de ir necessariamente para o cu para gozar. Tinha mais vergonha ainda que confessar aos meu parceiros que eu preferia não fazer sexo anal”, completa.

Marc ainda conta à Pref que a penetração não é de todo descartada. “Você pode utilizar acessórios, já que penetrar também faz parte do prazer. Mas a penetração apenas faz parte do jogo. É tão importante quanto tocar, lamber, olhar... O gouinage é uma prática livre, que não tem códigos nem restrições”, finaliza o rapaz.

A nova moda já começa a se espelhar por salas de bate-papo e publicações de sexo na França, crescendo cada vez mais como forma definitiva ou alternativa sexual. A prática também já criou polêmica já que muitos a consideram uma negação do sexo gay em si.

Enquanto isso, esperamos para ver se a moda fica ou é apenas mais uma novidade efêmera.

Fonte: Homorealidade 

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