Marina Reidel é a primeira mulher transexual a conquistar o título de Mestre pela Faculdade de Educação da UFRGS. A professora defendeu sua dissertação na sexta-feira (23), em Porto Alegre, diante de um auditório lotado de acadêmicos, autoridades e ativistas da comunidade LGBT.
Intitulada “A pedagogia do salto alto – Histórias de professoras transexuais e travestis na Educação Brasileira”, a pesquisa estuda a inserção de sete professoras trans em escolas de diferentes regiões do país.
Nesta entrevista ao Sul21, Marina Reidel comenta sobre a realização do seu trabalho e afirma que a escola é um ambiente homofóbico e transfóbico que precisa se reinventar. Ela conta que o maior desafio enfrentado pelas professoras trans vem justamente do preconceito de seus colegas professores – e não de pais ou alunos da comunidade escolar. “Os professores ainda não estão preparados para lidar com essas questões”, lamenta.
Marina Reidel é natural de Montenegro. Licenciada em Artes Visuais, com pós-graduação em Psicopedagogia, ela trabalhou com alfabetização e educação infantil durante dez anos. Atualmente, ainda trabalha como professora de Artes na Fundarte, em Montenegro. Também é assessoria da Coordenadoria da Diversidade da prefeitura de Canoas.
“Quando eu me transformei, achei que era a única professora trans do país. Mas existiam outras e eu comecei a conhecê-las”
Sul21 – Como iniciou a tua trajetória na área da educação?
Marina Reidel – Sou natural de Montenegro e sou professora há 23 anos – 10 anos enquanto professora transexual. Atualmente, sou professora de Artes da Fundarte, em Montenegro, onde atuo há 20 anos. Foi lá que eu passei pelo processo de transformação, assim como na Escola Estadual Rio de Janeiro, em Porto Alegre. Eu já saí da escola Rio de Janeiro, mas continuo trabalhando em Montenegro como professora de Artes Visuais. Dentro do projeto de ações comunitárias da Fundarte, atuo numa vila carente com crianças pequenas, de 7 a 10 anos. Elas me chamam de “professora pinheirinho”, porque estou sempre cheia de colares. Também atuo como arte-terapeuta dentro de um Centro de Atendimento Psicossocial (CAPS).

fonte: Sul21
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