No final de Setembro, um homem de 22 anos, AA, foi obrigado a ligar ao companheiro, MM, de 29 anos, para que ele viesse até em casa, por um grupo de quatro homens, sob ameaça de morte. O namorado, ao chegar no local, foi imobilizado e colocado em um carro. O jovem AA foi feito refém até a noite por parte da gangue. O caso aconteceu no Oeste do país.
MM foi encontrado pela polícia, alertada em seguida pelo namorado, na semana passada, cinco dias depois de seu desaparecimento. Ele afirmou que foi levado para um prédio no país vizinho de Montenegro e disseram que ele estava possuído. O homem afirmou ainda que foi obrigado a participar de rituais religiosos para ser colocado “no caminho certo”. O tratamento de reversão durou dois dias, depois o homem foi levado à casa dos pais, no Sul do país, na região de Sandžak. Apesar da polícia ter perguntado para a família do paradeiro do homem, a família negou que soubesse do homem.
Após o sequestro, contou MM para a ong Gej Strejt Alijansa (GSA), acionada pelo namorado, ele foi levado amarrado até um ponto onde encontrou sua família. Em outro carro, eles cruzaram a divisa com Montenegro, onde foram realizados os rituais religiosos. A polícia encontrou o rapaz, que estava em cárcere privado, ao retornar para coletar mais informações na casa de seus pais. O homem temia pela segurança do companheiro, por isso não fugiu.
Para a GSA, que atuou em um caso deste tipo pela primeira vez, não é algo raro a família obrigar gays a passarem por tratamento para deixarem de serem gays: “Na prática, isso não acontece com raridade, que família de LGBTs, por causa da pressão do meio ou da intolerância da sociedade em que vivemos, com preconceitos contra a homossexualidade, religiosos e de outros tipos, recorram à violência física ou psicológica e outros “métodos” para “converter” homossexuais”.
A entidade entrou com pedido para que a família responda pelo crime e que sejam dadas garantias para a segurança do casal, que agora está junto novamente. A Sérvia é candidata a entrar na União Européia mas enfrenta fortes problemas de nacionalismo e homofobia, como a proibição da Parada Gay de Belgrado, que foi realizada por duas vezes, sempre com grande violência contra os participantes.
Com informações do site Revista Lado A
Nenhum comentário:
Postar um comentário