Presos gays, lésbicas, bissexuais,
transexuais e travestis da Paraíba têm à disposição deste o início do
mês alas exclusivas nos três principais presídios do Estado.
Presos gays, lésbicas, bissexuais, transexuais e travestis da Paraíba têm à disposição deste o início do mês alas exclusivas nos três principais presídios do Estado.
Presos gays, lésbicas, bissexuais, transexuais e travestis da Paraíba têm à disposição deste o início do mês alas exclusivas nos três principais presídios do Estado.
A medida, inédita no país, foi adotada após denúncias de abusos sexuais e
violência física e psicológica, principalmente contra os travestis.
Os abusos foram denunciados pela Comissão Estadual de Direitos Humanos,
que constatou casos de violência em vistorias em maio e junho.
Numa primeira etapa, dois presídios em João Pessoa e outro em Campina
Grande, no interior do Estado, ganharam essas alas separadas. Cerca de
40 presos já solicitaram ingresso aos setores.
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Joândalo Fátimo, 23, (de vermelho) com outros presos na ala exclusiva para homossexuais em penitenciária na Paraíba |
Segundo o secretário de Administração Penitenciária, Walber Virgolino, a
proposta é levar o projeto a todos os presídios (18 penitenciárias e 61
cadeias públicas) até o próximo ano, inclusive com a construção de
pavilhões exclusivos.
“As pessoas têm o direito de escolher com quem querem se relacionar.
Precisávamos acabar com essas violações”, afirma o secretário.
O presidente da comissão da diversidade sexual da seção local da OAB,
José de Melo Neto, diz que o novo sistema possibilita “tratamento
humanizado” aos presos.
Integrante dessa comissão do governo do Estado e presidente de entidade
LGBT, Renan Palmeira afirma que a iniciativa é um avanço. “Com a ala
separada, eles ganham cidadania e respeito. Passam a ser tratados pelo
nome social e a ter direitos antes negados, como visitas íntimas.”
O advogado especialista em criminalística Sheyner Asfora disse que a
iniciativa é importante, mas expõe a falta de controle estatal.”Isso
deixa claro que quem determina as regras nos presídios são os próprios
presos.”
‘MUITO MELHOR’
Na penitenciária do Roger, em João Pessoa, a criação de uma ala foi bem
recebida pelas cinco transexuais e dois homossexuais que atualmente
dividem uma cela.
Joandalo Fátimo, 23, cumpre pena de quatro anos por roubo e diz que a medida reduziu a violência na unidade.
“Estou preso pela terceira vez e já fui agredido por não aceitar fazer
sexo com outro preso. Na fila do almoço, ele me empurrou contra a grade e
cortou meu rosto”, afirma.
A transexual Luana Lucrécio, 30, quatro anos de prisão por assalto, diz que está “muito melhor” no presídio.
“Erramos e estamos pagando, mas temos que ser tratados com respeito.
Está muito melhor, mesmo sabendo que a homofobia e o preconceito estão
longe de acabar.”
Fonte: Atualidades do Direito, via Folha de São Paulo, 13 de set. 2013
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