Substância curou "funcionalmente" metade
dos animais testados e estes não tiveram níveis detectáveis de vírus por até 3
anos
Cientistas
divulgaram nesta quarta-feira que uma vacina experimental contra a aids
conseguiu livrar um grupo de animais do vírus da imunodeficiência símia (SIV,
similar à "versão" humana, o HIV). Além disso, o resultado se mostrou
persistente: alguns dos animais já estão há três anos sem sinais do SIV e isso,
afirmam os cientistas, pode persistir por toda a vida deles. O estudo foi
divulgado na revista especializada Nature.
Os
cientistas usaram uma versão mais agressiva do SIV para infectar um grupo de
macacos-rhesus. Após a doença se manifestar, os animais foram vacinados e
metade deles não teve melhoras, mas os demais foram "curados
funcionalmente", ou seja, não têm traços detectáveis do vírus no
corpo.
Os cientistas explicam que a
diferença dessa substância é que ela usa um vírus (citamegalovirus, conhecido
como CMV) para "entregar" a vacina ao corpo. "Ela usa um agente
persistente (CMV) como vetor da vacina. O CMV persiste indefinitivamente no
corpo em níveis muito pequenos (...) o que provê estimulação antigênica suficiente
para o sistema imunológico manter altas frequências de células T diferenciadas.
Para usar uma analogia militar, este nível de estimulação imunológica é o
suficiente para manter armados soldados anti-SIV patrulhando todos os tecidos
nos quais células infectadas pelo SIV possam estar", diz ao Terra Louis
Picker, da Universidade da Oregon Health & Science University, nos Estados
Unidos.
Picker explica que as demais
vacinas não persistem no corpo e a quantidade de "tropas" anti-SIV
diminui. O problema com o HIV e o seu "irmão" símio é que esses vírus
mantêm "reservas" que se manifestam após o sistema imunológico voltar
ao normal. "Resumindo, essa habilidade de manter células T efetoras anti-SIV
em alta frequência é o porquê de o vetor CMV ter extraído respostas
imunológicas e ter uma habilidade única de 'limpar' um vírus causador da
aids."
Apesar de metade dos macacos ter
sido considerada curada funcionalmente, o cientista afirma que isso pode ser
devido ao uso de um vírus mais potente no estudo. "Nós usamos um SIV que
causa aids em macacos em entre um e dois anos de infecção - enquanto infecções
não tratadas de HIV levam cerca de 10 ou 11 anos. As características deste
vírus (chamado de SIVmac239) são muito similares ao HIV, exceto por
sua maior agressividade."
Os cientistas concluem que o uso
do CMV é um forte candidato para desenvolver uma vacina definitiva para a aids.
"Em suma, a habilidade dos vetores de CMV de implementar vigilância antipatogênica
imune contínua, a longo prazo e potente faz deles candidatos promissores para
estratégias de vacina que pretendem prevenir e curar HIV/aids assim como outras
infecções crônicas", diz o artigo assinado por Picker e colegas.
Fonte: Terra
Lembro a vocês meus queridos que a maior prevenção contra o
HIV/AIDS ainda é o uso de preservativo e o não compartilhamento de seringas. Sexo
com segurança sempre!
Nenhum comentário:
Postar um comentário